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De nada adiantaram os anos de experiência brasileira nas maiores ligas do mundo e a crescente badalação em torno de um talento promissor. Neste sábado, prevaleceu em Las Vegas a organização da Argentina.
Mesmo desfalcados de sete jogadores, os campeões olímpicos derrotaram a seleção brasileira por 91 a 80 e conseguiram a classificação direta para os Jogos de Pequim-2008. Ao Brasil, resta uma última chance - a disputa de um Pré-Olímpico mundial em julho do ano que vem, contra outros 11 concorrentes. O torneio dará três vagas nas Olimpíadas.
A equipe sofreu com problemas internos na competição. Após a derrota para Porto Rico na segunda fase, os jogadores se reuniram e trocaram acusações sobre o mau rendimento coletivo. O ala Marquinhos, afastado por uma luxação na mão, disse que os atletas "tomaram o comando" do técnico Lula Ferreira.
Do outro lado, os argentinos mostraram grande estrutura. Não se abalaram pela ausência de Manu Ginóbili e outros, ganharam confiança. A organização prevaleceu.
Depois de um início de jogo promissor, que parecia deixar essa turbulência para trás, a equipe sentiu a ausência do lesionado Nenê debaixo da tabela, sofreu com o acúmulo de faltas de Leandrinho e se desgovernou no ataque.
O ala-pivô Luis Scola desequilibrou mais uma vez. A marcação dupla em cima do astro, que vai jogar no Houston Rockets, não funcionou. Tiago Splitter, seu companheiro de time por quatro anos, também não conseguiu pará-lo.
A seleção brasileira entrou em quadra concentrada e executando suas jogadas com paciência, sem arremessos forçados. Isso valeu tanto para arremessos de longa distância como para os lances mais próximos à cesta. Valtinho conseguiu dar boa organização à equipe.
Mesmo depois de perder o pivô do Denver Nuggets, com uma lesão muscular na panturrilha direita a 5min52s do fim do primeiro quarto, o time manteve sua compostura. Murilo entrou em seu lugar e partiu para o ataque contra os pivôs mais lentos dos adversários.
Com uma defesa forte em cima da bola, os brasileiros forçaram muitos erros dos argentinos, que dependeram em demasia de Luis Scola para pontuar. O ala Carlos Delfino, outro destaque do time, não fez nenhuma cesta de quadra no primeiro tempo. Foi passivo e não buscou infiltrações.
Quando a Argentina usou três jogadores baixos simultaneamente, com Pablo Prigioni, Antonio Porta e Paolo Quinteros, conseguiu reduzir esses desperdícios e chegou a liderar a partida pela primeira vez, com 34 a 33, a 2min25s do fim do primeiro tempo. Mas os reservas da seleção não se precipitaram, cuidaram bem da bola e contaram com uma bola de sorte de Guilherme Giovannoni (cesta de três seguida de falta) para ir ao intervalo com 43 a 35.
Os campeões olímpicos, contudo, cresceram no terceiro período e tiveram nova arrancada. O Brasil ficou dois minutos sem pontuar, quando Leandrinho foi tirado de quadra com três faltas. E os rivais passaram a diversificar seu ataque e retomaram o controle do marcador, a 3min44s do fim da parcial e assumiram o domínio psicológico das ações do clássico. Murilo cometeu a terceira falta, e Scola pôde operar com tranqüilidade contra Giovannoni - JP Batista ficou no banco.
Sem poder de fogo, a seleção não conseguiu jogar no segundo tempo. Machado passou a forçar arremesso atrás de arremesso. Leandrinho foi perseguido por seus marcadores. Splitter não encaixou seu movimento no garrafão.
Depois de o catarinense fazer uma boa jogada com bandeja reversa e Valtinho acertar uma de três pontos, o Brasil ficou a seis pontos dos argentinos (77 a 71), a 3min55s do fim. Com Alex de ala-pivô, se arpoximou ficou a 79 a 76 com menos de dois minutos no cronômetro.
Mas a Argentina teve sangue frio para selar sua classificação. O time agora aguarda o confronto entre Estados Unidos e Porto Rico para lutar pelo título.
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