A China a cada dia mostra que não quer se tornar somente uma potência econômica mundial. Nos jogos de Athenas a China ficou à apenas 3 medalhas dos Estados Unidos sendo o segundo colocado. Como diz o portal Terra e com toda razão a China criou uma verdadeira fábrica de novos atletas do mundo com 4 mil escolas de treinamento esportivo no território de 1,3 bilhão de pessoas. Destas, 221 são destinadas ao profissionalismo e às competições de alto nível criadas logo após a Olimpíada de Athenas.
Em entrevista ao Terra, a diretora do centro de treinamento, Li Yuan, fã do brasileiro Sócrates, explica como funciona a formação esportiva no país e a dura rotina para se tornar um atleta de alto nível.
Segue abaixo a entrevista feita por Allen Chahad e Antonio Prada Direto de Pequim
Terra - Qual o segredo e as técnicas de treinamento utilizadas para formar um atleta de alto nível na China?
Li Yuan - A China ainda é um país em desenvolvimento e temos muito para aprender com os outros países. Temos uma diferença física fundamental, e nosso sistema e estrutura respeitam isso. Por exemplo, até hoje não obtivemos nenhum treinamento de qualidade em futebol e neste caso estamos muito atrás dos brasileiros.
Terra - Qual o perfil dos candidatos a atletas?
Li Yuan - Como pertencemos ao Departamento de Esportes do Município de Pequim a maioria dos alunos vem de famílias com residência na cidade. Alguns esportes, porém, são dominados por estudantes de regionais do interior, casos do Judô, Boxe e Taekendo. As crianças de Pequim, por natureza, não têm nem a força e nem a agressividade necessária para a prática desses esportes.
Terra - Como é a rotina dos estudantes?
Li Yuan - Na parte da manhã, estudos acadêmicos. À tarde, treinamento. Em três noites por semana há aulas acadêmicas. No total, são 5 dias e meio de treinamento por semana, e 6 dias e meio de estudos. Aos domingos, eles descansam. Há apenas três folgas anuais: os de 1º de maio (dia do Trabalho), 1º de outubro (Dia Nacional) e Ano Novo Chinês. Eles não tiram férias como nas escolas normais nos períodos de verão e inverno. As crianças permanecem na escola para treinamento e jogos.
Terra - Há alunos e professores de outros países?
Li Yuan - Abrimos espaço para treinamento de estrangeiros durante os verões. No último, tivemos mais de 400 alunos de países como Japão, Coréia e Estados Unidos. Também temos alguns professores de outros países, principalmente para esportes como Boxe e Taekendo, especialmente da Coréia e do Oriente Médio.
Terra - E intercâmbio com outras escolas?
Li Yuan - Talvez por diferença de sistema e estrutura não temos muito. Mas há algum tipo de contato com escolas de treinamento da Alemanha, Austrália e Estados Unidos.
Terra - Sendo a China um país de grande população, você acredita que há mais talentos esportivos por aqui?
Li Yuan - Eu acredito que isso não tem a ver com quantidade de gente. Ainda somos um país com qualidade esportiva baixa. O esporte está ligado ao desenvolvimento econômico, à elevação da qualidade da vida e assim à melhoria da qualidade física. Se a economia não tem êxito, o esporte também não vai ter.
Terra - Quantas escolas de treinamento esportivo funcionam na China?
Li Yuan - Contando as escolas profissionais e as de meio-período (amadores) há cerca de 4000 escolas de esporte. Desde as Olimpíadas de Atenas, no entanto, o governo definiu 221 como escolas de importância chave. Há 4 destas escolas em Pequim, com 1000 alunos.
Terra - O que você conhece do esporte brasileiro?
Li Yuan - Conheço o vôlei feminino, que é de excelente qualidade. E também, claro, o futebol, inclusive os dois ¿Ros¿ (Ronaldo e Ronaldinho). Mas aqui na escola sempre falamos para os estudantes que, além de ter uma profissão no esporte, deve-se ter um estudo em outra área acadêmica, assim como Sócrates, que alem de ser jogador de futebol, é médico. Gosto muito dele.
Créditos a Redação do Portal Terra
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