Campeão pan-americano, Diogo Silva deixou a vaga olímpica escapar ao ser derrotado para o peruano Peter Lopez, prata nos Jogos do Rio de Janeiro. A falta de treinamento foi a justificativa dada pelo atleta para a ausência nas Olimpíadas de Pequim, em agosto. O paulista admite que priorizou trabalhos fora do taekwondo em detrimento da preparação.
Mesmo com o sonho de participar de sua segunda Olimpíada - ficou em quarto nos Jogos de Atenas-04 -, Diogo Silva disse que poderia ter se dedicado mais aos treinamentos, mas não se arrepende de ter escolhido as oportunidades oferecidas fora do esporte.
"Foi uma opção que fiz. Se me dedicasse somente aos treinos, provavelmente estaria na Olimpíada. Mas fiz as coisas no momento certo e aproveitei as chances que a notoriedade no Pan me deu. É muito ruim estar fora da Olimpíada, mas as questões financeiras pesaram muito", justificou o atleta que garantiu a primeira medalha de ouro do Brasil no Pan do Rio.
A busca por melhores condições financeiras ocorreu justamente quando o atleta teve a chance de receber uma ajuda de custo superior aos R$ 600 que ganhava antes da competição continental. Com o ouro, a Confederação Brasileira de Taekwondo passou a pagar R$ 3.000 mensais, entre agosto e dezembro de 2007.
Na realidade, os depósitos foram feitos diretamente pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Mas a entidade informou, via assessoria de imprensa, que efetuou o pagamento porque a confederação estava com pendências em relação a documentos e os atletas poderiam ter a preparação prejudicada.
O diretor financeiro da Confederação Brasileira de Taekwondo, Valdemir Medeiros, afirmou que o COB debitou da entidade os valores pagos aos atletas, por meio de redução no pagamento da verba anual repassada pela Lei Piva.
"Não nos sentimos traídos. De alguma forma, sabíamos que após o Pan, com a repercussão toda que deu, ele teria oportunidades. O objetivo maior eram os Jogos, mas não podíamos privá-lo destes momentos, que foram frutos da conquista dele", afirmou Mauro Fujiyama, diretor técnico da Confederação.
Embora acredite que uma medalha olímpica tenha valor mais significativo do que o resultado no Pan-Americano, Diogo Silva disse que o título no Rio ainda pode trazer benefícios por um longo período.
"O trabalho que vou fazer a partir de agora é para não deixar meu nome cair. Dentro do meu esporte, posso estar em evidência por pelo menos dois anos ou até o próximo Pan. Em termos de Brasil, esse ano já é o limite para mim. Por isso, é muito importante conseguir títulos de expressão."
A principal meta de Diogo Silva é o Campeonato Mundial Universitário, que será disputado em julho, na Sérvia. Um mês antes, o atleta natural de São Sebastião deve disputar o Desafio Internacional de taekwondo, no Rio de Janeiro, contra argentinos, cubanos e venezuelanos.
O calendário inclui ainda o Campeonato Pan-Americano da modalidade, em setembro. No segundo semestre o atleta, que atualmente treina no Paraná, volta para seu Estado de origem e vai defender o São Caetano nos Jogos Abertos do Interior.
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